terça-feira, 8 de março de 2011

Minha recente publicação.

Queridos,
gostaria de compartilhar com vocês minha recente publicação, no blog político: "Eleições Hoje", espero que gostem:

http://eleicoeshoje.wordpress.com/2011/03/07/vende-se-um-beijo-%E2%80%93-a-comercializacao-da-homossexualidade-na-midia/

domingo, 30 de janeiro de 2011

Coagúlos ou ata-me

Qualquer que tivesse sido o contato anterior, ele , já ali, seria cambiado - não fazia mais sentido a pintura que se tinha na mente, os fatos a desmentia.
O toque de meu pé acompanhava os minutos que eu esperava.
Ali, deus, só eu sabia como estava.
Claro, não poderia assumir o grito escuro que me corria. Abafava. Queria, com todo o emplasto possível, figurar naquela conversa somente como quem escuta. Contudo, escutar é tantas vezes falar sem o uso da voz.
As mãos desatavam a corda racional entornada em arrames.
O medo embalado no mais rubro papel da esperança.
Os dedos delgados, dedilhavam o tempo,como quem, ainda que sabendo de sua fragilidade, constroi um castelo de areia.
E batia os tambores: olha! E olhava me enlouquecia. Lembrava a figura de Tadzio e seu apontar ao nada.
Entre a íris o reluzente mar de cada um - é possível morrer pela tarde, afoga-se no outro.
A arcada dentaria segurava o grito do coração selvagem que pulsava, como em pacto de sangue com o mais íntimo de si.
Não, eles procuravam a objetividade possível, mesmo que a construção não pudesse oferecer base concreta, se construi na liquidez o manto, servindo-o de manjedoura - sudário de mim.
Por involuntário, éramos gatos, fagocitávamos nosso próprio não-útero, derretido em placenta de passado, de erros, de acertos, de cobranças, de choro, de NÃO TER MAIS.
O álcool era recebido como a sagrada hóstia de meu tempo de menino.
Os poros dilatdos já não aprissionavam a razão.
O que queria de mim? eu que de tão frágil, de caule largo, de pétalas multi, acabei me tornando forte, por qualquer convicção necessária de minha natureza de não planta, animal.
Eu cometia o ato máximo moderno de antropofagia. Quanto mais me aproximava de mim, mais eu era do outro, de sua história, de seu século, de seus medos,perdas, danos, alegrias tão pura.
O essencial era matematizado, para, com certa insistência de incertezas, fugir ao menos da bestialidade de nos dizer: inocentes.
Não, tão rápido? Existiria tempo exato da reflexão? Do perdão? Do possível? Do impossível?
A vida passa em segundos quando , nos momentos de perdão, ajoelhamo-nos no nosso leito. Num leito, a vida arranha e esmaga.
Escuto: ele resolveu viver!Era isso!
Ele lutara contra a condição, que não questionaram se queria.
Seus olhos guirguizes, lustrados, poderiam oferecer uma vida.
Eu explodia, qual fogos - pirotécnico.
E agora eu me pergunto: por ter dito eu o perdi? mas se não digo, também eu me perco, o que de fato também o faria se tornar uma perda.
Já não existia o atalho, a volta, o deletere.
Senhores, eu mais uma vez engoli a esfinge, só que desta, ela não adentrou a minha agarganta como pedra gélida cortante, faca e gume. Adentara suave - eu me tornei o outro: humanizei. E a isso chamo amor.
Sei o passo seguinte?
Apenas, sem força e com o medo possível,ata-me.
Eu, que só quero pertencer ao novo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Império das Marcas

Vídeo de minha autoria, que tem como objetivo traçar um panorama do Império das Marcas, e do comportamente das pessoas`quando em contato com a fantasmagoria das mercadorias.
Johnny J.


http://www.youtube.com/watch?v=WK-q2x9yyhM

Gilda de Mello e Souza

Gilda de Mello e Souza analisa o filme de Luchino Visconti, "Violência e Paixão".
Pelo escasso material da escritora Gilda, disponível na internet, resolvi postar essa entrevista, que espero que possam apreciar.
Com grande entusiasmo,
johnny

http://www.youtube.com/watch?v=V7DS8ef__tI

sábado, 18 de julho de 2009

Uma estranha situação...

Por Gustavo Pilizari



- Quer fazes aqui?
- Não sei...
- Também não!
- Prefiro não pensar no caso...
- Ninguém pediu minha opinião!
- Nem a minha...
- Não lhe é estranho?
- SIM!
- Não consigo compreender as coisas...
- Nem eu...
- De vez em quando vejo pessoas transportando caixotes pretos fechados rumo a um lugar que sempre ouço coisas estranhas a respeito...
- É, também já presenciei pessoas a andar de passos leves por entre as ruas, desfilando com carros escuros e trajes negros, acompanhando um caixote, rumo aquele lugar que ninguém gosta de falar...
- Percorrem ruas, desfilam com este caixote. Do que será preenchido tal caixa?
- Nunca perguntei... as pessoas simplesmente choram ao lado do caixote e preferem sempre não comentar, e dizem de forma ríspida que tal pergunta é idiota. Nunca me respondem e eu começo a me preocupar com tal situação!
- Outro dia disseram que levavam o corpo de alguém!
- Por que alguém levaria o corpo do outro? Ele não tinha pernas?
- Fiquei chocado com tal cochicho entre senhoras de preto...
- Também sempre fico...
- São estranhos. Sempre de preto, chapéus, óculos escuros, carros longos pretos e um caixote preto...
- Acho que querem esconder algo de nós!
- Sempre tive este pressentimento!
- Já percebeu o murmúrio das vozes do desfile?
- SIM, é baixinho... não sei o que dizem... fico sempre muito curioso...
- E aquele lugar? Sabe algo a respeito?
- Algumas coisas... outro dia vi que jogaram aquele caixote dentro de um buraco grande, no gramado. As pessoas choravam muito com aquela situação! Por que as pessoas chorariam tanto por jogar fora um caixote? E por que usariam padrões de roupa, carro, canto e tudo o mais quando desta situação? E porque esta rotina em enterrar caixotes pretos? NÃO entendo!
- Dizem que enterram pessoas lá... Por que se enterrariam pessoas? Será que brincam de algo? Como será que funciona isto?
- Também não sei!
- Há algo de muito estranho nestas pessoas que passam por aqui!
- Verdade!
- É melhor voltarmos...
- Sim!
- Podem começar a nos questionar...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Não quero um epitáfio...

Por Gustavo Pilizari
e-mail: agostode1984@gmail.com




“Eu não me arrependo de nada... Fiz tudo que deveria ter feito... Aproveitei bem a vida... Já posso morrer...”



Senhoras e Senhores, membros do Júri!
Queiram ouvir a verdade, nunca dita, temida e escondida!

Jamais aproveitaremos a vida o suficiente, para que dela não tenhamos saudades e não venhamos a sentir sua falta!
Sendo nosso maior bem, cabe a nós lutarmos para a eternidade, quando nada mais basta, nada adianta, tudo em vão!

Nunca teremos aproveitado a vida a ponto de trasbordá-la em excesso. Jamais!
É sempre ridículo o nosso prazo de validade na terra, é sempre ridículo!
Ouçam-me bem!
E na verdade, não escolhemos nada, e não nos dão nada, tirando-nos de cena de forma fugaz, sem nossa própria autorização.


Senhoras e Senhores que aqui jazem:
Queiram recolher as lágrimas...
Queiram dizer um basta à morte...
Queiram profanar contra esta maldição que nos rodei, espreita-nos de forma repugnante!

Libertai-nos do mal...

Amém...

domingo, 1 de março de 2009

Primeiro capítulo do drama humano...

Por Gustavo Pilizari


Pode parecer estranho eu agora começar a falar sobre isto de forma tão normal, como se parecesse a coisa mais habitual de se ver neste mundo.
Sinto que algo acontece entre os rostos de serenoso desespero em que me deparo nas ruas das cidades.
Todos de olhares cabisbaixos revoltados com suas vidas, suas amizades, suas famílias, suas emoções e crenças e sexos.
Estou muito preocupado com os passos da nossa sociedade! Muito mesmo...
Todas em fila construindo a ruína de suas vidas, apenas passando por um prazo de validade esgotável como qualquer um dos produtos em prateleiras belíssimas de supermercados, como se a vida fosse um objeto de compra desmedidamente ínfimo.
Sem diálogos caminhamos ao fim de uma era, de uma evolução.
E eu percebo que estamos fracassando na nossa jornada que começamos numa poça barrenta bilhões de anos...
E dou-me conta que estamos involuindo, voltando de onde viemos com o propósito de que a evolução é crítica e errada...
E percebo que tudo está errado na cabeça de nossas gentes, apenas esperando a hora passar, sem nada a fazer de produtivo para a nossa espécie.
E escuto de outros o gosto desenfreado pelo não provado.
De fé não vivo, vivo por mim, e só de mim dependo e de todos sou feito e de um viemos.
Não me venha testemunhar sobre àquilo que não vejo. Não me venha mostra àquilo que fascina e é fanatizado...
Sou uma poça de átomos... e só!

Colaboradores