quarta-feira, 18 de março de 2009

Não quero um epitáfio...

Por Gustavo Pilizari
e-mail: agostode1984@gmail.com




“Eu não me arrependo de nada... Fiz tudo que deveria ter feito... Aproveitei bem a vida... Já posso morrer...”



Senhoras e Senhores, membros do Júri!
Queiram ouvir a verdade, nunca dita, temida e escondida!

Jamais aproveitaremos a vida o suficiente, para que dela não tenhamos saudades e não venhamos a sentir sua falta!
Sendo nosso maior bem, cabe a nós lutarmos para a eternidade, quando nada mais basta, nada adianta, tudo em vão!

Nunca teremos aproveitado a vida a ponto de trasbordá-la em excesso. Jamais!
É sempre ridículo o nosso prazo de validade na terra, é sempre ridículo!
Ouçam-me bem!
E na verdade, não escolhemos nada, e não nos dão nada, tirando-nos de cena de forma fugaz, sem nossa própria autorização.


Senhoras e Senhores que aqui jazem:
Queiram recolher as lágrimas...
Queiram dizer um basta à morte...
Queiram profanar contra esta maldição que nos rodei, espreita-nos de forma repugnante!

Libertai-nos do mal...

Amém...

domingo, 1 de março de 2009

Primeiro capítulo do drama humano...

Por Gustavo Pilizari


Pode parecer estranho eu agora começar a falar sobre isto de forma tão normal, como se parecesse a coisa mais habitual de se ver neste mundo.
Sinto que algo acontece entre os rostos de serenoso desespero em que me deparo nas ruas das cidades.
Todos de olhares cabisbaixos revoltados com suas vidas, suas amizades, suas famílias, suas emoções e crenças e sexos.
Estou muito preocupado com os passos da nossa sociedade! Muito mesmo...
Todas em fila construindo a ruína de suas vidas, apenas passando por um prazo de validade esgotável como qualquer um dos produtos em prateleiras belíssimas de supermercados, como se a vida fosse um objeto de compra desmedidamente ínfimo.
Sem diálogos caminhamos ao fim de uma era, de uma evolução.
E eu percebo que estamos fracassando na nossa jornada que começamos numa poça barrenta bilhões de anos...
E dou-me conta que estamos involuindo, voltando de onde viemos com o propósito de que a evolução é crítica e errada...
E percebo que tudo está errado na cabeça de nossas gentes, apenas esperando a hora passar, sem nada a fazer de produtivo para a nossa espécie.
E escuto de outros o gosto desenfreado pelo não provado.
De fé não vivo, vivo por mim, e só de mim dependo e de todos sou feito e de um viemos.
Não me venha testemunhar sobre àquilo que não vejo. Não me venha mostra àquilo que fascina e é fanatizado...
Sou uma poça de átomos... e só!

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